domingo, 26 de fevereiro de 2017

OK, ok! Ouça @nelsonrubenstv destilar todo o seu veneno no Programa Silvio Santos, na Rádio Record AM, no começo da década de 1980

E lá se vão mais de 35 anos! No auge da onda "Disco", no começo dos anos 1980, esta dupla batia qualquer duo sertanejo. Eram os fofoqueiros mais ouvidos do Brasil. Pelas poderosas ondas da Rádio Record AM - "uma emissora do Grupo Paulo Machado de Carvalho e do Grupo Silvio Santos", como dizia o slogan de então - o jornalista Nelson Rubens "destilava o seu veneno" diariamente, ao lado de Silvio Santos, de segunda à sexta, a partir das 9h, depois do programa policial de Gil Gomes. 


Tratava-se de um resumo daquilo que fora o "Programa Silvio Santos", veiculado anteriormente na Rádio Nacional de São Paulo (hoje @RadioGloboSP). Naquela emissora esta atração tinha três horas de duração. O homem do Baú fazia um programa de variedades bem ao gosto de seu público. Entretanto, com o tempo, na Record, o homem do baú ficou restrito a tocar músicas de Roberto Carlos, as previsões de Zora Yonara e as fofocas daquele que "aumenta, mas não inventa".

Aos poucos, o "senhor" Abravanel parece que foi se desinteressando de fazer rádio e o programa desapareceu. Nelson Rubens saiu do ar e voltou anos depois pela mesma Record, em um programa próprio nos fins de tarde. De lá foi para a televisão e nunca mais voltou ao Rádio AM. Uma pena.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Análise de Mercado - Jovem Pan pretende entrar no universo da música sertaneja. Será que vai dar certo?



Estúdio da Rede Jovem Pan, em São Paulo: opção pelo sertanejo. Será que vira?

Nesta primeira edição de nosso podcast em vídeo, este que vos escreve analisa a decisão da Rede Jovem Pan em veicular música sertaneja na programação de algumas afiliadas. Siga nos em nossa fanpage - facebook.com/radiobase ou pelo twitter - @radiobase

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

"O negócio é parar de reclamar, arregaçar as mangas e começar a fazer conteúdo de qualidade na web", sentencia pioneiro do "moderno" rádio FM

Do jeito que a coisa vai o rádio AM e FM está perdendo a credibilidade. A opção é ir para o webradio e fazer conteúdo de qualidade ali", sentencia Julinho Mazzei, em seu estúdio nos EUA (Foto: Reprodução / Internet)

O santista Julinho Mazzei é um dos grandes profissionais que inovou a linguagem do Rádio – sobretudo na faixa de FM – nos fim dos anos 1970. Seu estilo inspirou dezenas de locutores de FM das gerações posteriores em São Paulo e pelo país afora. Produzido e gravado em Nova York, o pioneiro “The Big Apple Show” atingiu grandes índices de audiência pelas emissoras por onde passou – na Difusora AM,na Rede Transamérica, na Rede Antena 1 e, principalmente, na Jovem Pan FM.




Com uma visão “futurista quase acidental”, Julinho acabou criando em tempos “jurássicos” o que podemos chamar de “Syndication à moda brasileira”, em que a gravação e edição ficam a cargo do produtor parceiro que o faz quase sempre em um estúdio próprio fora das emissoras que transmitem a atração. É o que começa a acontecer cada vez mais – embora com muitos anos de atraso – nas emissoras comerciais brasileiras.

Já em 1979, Julinho Mazzei produzia, gravava, editava e finalizava o seu programa em um estúdio caseiro em Nova York. Em um esquema totalmente inimaginável nos dias de hoje, enviava as fitas com o seu programa gravado através de malotes das empresas aéreas internacionais, que era retirada no aeroporto aqui no Brasil por um funcionário da emissora. Hoje em dia esse tipo de logística ficou muito mais ágil com a internet. Depois de finalizado, o programa é enviado à emissora quase que instantaneamente.

Um exemplo disso era a educativa USP FM. Até maio de 2016, a emissora paulistana - localizada dentro do campus da Universidade de São Paulo, no bairro do Butantã - possuía cerca de vinte programas semanais que eram produzidos remotamente em estúdios localizados em outros bairros da capital paulista (Paraíso, Pompeia), em cidades da área metropolitana (Taboão da Serra, Itapecerica da Serra, ABC Paulista), em outras capitais (Curitiba, Porto Alegre) ou até mesmo fora do país (Miami, EUA).

Pelo menos uma dezena deste conteúdo dos produtores independentes era compartilhada com outras emissoras públicas como a Roquete Pinto FM (Rio de Janeiro), Paraná Educativa (Curitiba), Educativa FM (São José do Rio Preto – SP) USP FM (Ribeirão Preto - SP), entre outras, incluindo emissoras de webradio. Também temos o programa “Jazz Masters”, produzido e apresentado por Paulo Mai, veiculado na Alpha FM, em São Paulo, e distribuído para várias emissoras do segmento adulto contemporâneo em vários pontos do território nacional. 

E ainda, diariamente, podemos ouvir o veterano esportivo “Na Geral”, transmitido simultaneamente pela rádio 105 FM de Jundiaí e Tri FM de Santos, em que o apresentador Beto Hora, participa ao vivo, direto de Miami via internet, interagindo com os demais integrantes do programa e seus ouvintes.

E é do alto de sua longa e vastíssima experiência é que Julinho Mazzei sai do seu “exílio voluntário em Miami” – de um produz e transmite a sua webradio,  www.radioblog.com.br - e sentencia que o futuro do rádio está na internet e que, com a tecnologia disponível de fácil acesso aos profissionais, é possível se fazer Rádio de sua própria casa ou estúdio com qualidade e ainda poder ser ouvido no mundo todo pela web, praticamente sem restrições.

Ele ainda alerta para o fato de que, do jeito que as coisas vão, as rádios convencionais acabarão desaparecendo, principalmente pela aguda falta de visão de muitos de seus gestores. Acompanhe o vídeo abaixo:

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O Rádio está virando um grande "talk show". Mas será que alguém ouve?

Petria Chaves, Leopoldo Rosa e Júlia Arraes são os apresentadores do novo "talk show" da CBN. Será que vai dar certo como dizem que deu na internet? Só o tempo dirá... (Foto: Divulgação)

Não se sabe exatamente quem ou como começou este tipo de programa. Desconfio de que seja mais antigo do que se supõe. Só não tinha esse nome pomposo em inglês. As variações de temas e formas de apresentá-los são enormes. É muito mais fácil de se produzir do que um jornal de rádio, uma reportagem na rua, uma radionovela, ou até mesmo um programa musical com algum conteúdo. 

Mas o mais importante de tudo que é mais simples de fazê-lo em termos operacionais - uma vez que ele é gravado ou transmitido ao vivo do estúdio da emissora, com um os dois links de áudio externos para outros participantes - e , claro, mais baratos para as emissoras, que cada vez faturam menos com a publicidade convencional e, portanto, têm menos recursos para bancar uma equipe de reportagem ou de produção, conforme o formato da emissora.

Muitas emissoras de rádio em São Paulo, sejam jornalísticas ou musicais, em alguma hora do dia vão transmitir o seu "talk show". Isso se não o fizerem ao longo do dia. Quando o conteúdo aborda os "hard news" (principais assuntos do dia) pode chamá-los de "talk and news", que na verdade é como se chamam emissoras como a Rádio Gaúcha de Porto Alegre, pioneira neste formato.

Não é muito difícil identificar um talk show. Um apresentador, dois ou três participantes comentam as principais notícias do dia, ou as últimas do esporte, ou as notícias que mais chamam a atenção na 
internet. De quando em vez, um convidado - pode ser um ator que esteja em cartaz com sua peça ou filme na cidade, um cantor que esteja lançando seu novo "álbum", uma celebridade qualquer divulgando seu novo canal de vídeos em uma rede social, ou um profissional de medicina, saúde, engenharia, direito, tecnologia, analisando um acontecimento importante da hora que passa - participa, dando o ar da sua graça no estúdio onde se passa o programa. Se for "via fone", a participação tem de ter um tempo limitado. Afinal, a conta do telefone fixo não pode ricar tão cara assim, correto? 

Todavia, uma pergunta é importante: dá audiência? De um modo geral, sim. Mas vai depender muito do tipo do programa, dos assuntos abordados, da linha de programação da emissora, dos radialistas que dele participam, do horário, da sua empatia e do envolvimento que os ouvintes têm com a atração. Este último quesito é importante. Quanto mais interativo, melhor. Afinal, é a audiência que vai funcionar como principal chamariz de novos radioespctadores para a atração nas redes sociais. 

O único problema é que o mercado está tão saturado desse tipo de programa que é preciso um programa novato - como o Café Expresso, que retratamos abaixo, por exemplo - faça realmente algo de inovador para ao menos chamar a atenção. Se não, vai ser apenas mais um "talk show" na vasta floresta radiofônica. E ser apenas mais um não atrai anunciantes. E não atraindo anunciantes - a menos que a emissora seja educativa (e viva do erário) ou bancada por algum "mecenas errante", que tire do bolso para fazê-lo - o programa logo logo sairá do ar, mesmo que alegue ter "milhões de pessoas ouvindo" e que o já acompanhavam nas redes sociais anteriormente.

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Sucesso nas redes sociais, 'Café Expresso' estreia na CBN

Do Portal Comunique-se

Em fevereiro, o programa ‘Café Expresso’, primeira atração da rádio CBN concebida exclusivamente para o Facebook, ganhará espaço fixo na grade da emissora no dial. A novidade foi anunciada nesta semana e a primeira transmissão oficial será realizada neste sábado, 4.

Após 20 programas exibidos pelo Facebook Live, o bate-papo de Petria Chaves, Leopoldo Rosa e Júlia Arraes vai continuar recebendo convidados, agora aos sábados às 20h30, com reprise aos domingos, às onze e meia. De acordo com a produção da CBN, temas variados do universo jovem, destaques da internet e o que está repercutindo no Brasil são assunto durante os encontros do trio.

Para a repórter Julia, a interatividade com o público é muito importante nas transmissões do programa. “Com a ida para o rádio, a gente espera receber ainda mais mensagens dos ouvintes na nossa conversa, é a grande alma do programa”, afirma.

Petria, que também atua como âncora do ‘Revista CBN’, ressalta que, depois de cinco meses 
apresentando a atração por meio das redes sociais, foi possível amadurecer o formato do programa. “A gente sentiu o pulso do público, testou a nossa química e os convidados. É um café descontraído, mas um bom papo de qualidade”.

Chefe de Reportagem na CBN em São Paulo, Rosa quer levar sua experiência com o hard news para os papos que vão ao ar pelo ‘Café Expresso’. “É importante contextualizar as conversas com o que está acontecendo no mundo, sem perder a credibilidade e a marca da CBN”, afirma o terceiro componente da trinca de apresentadores.

Os responsáveis pela grade da emissora aproveitaram o anuncio da novidade para informar que o ‘Café Expresso’ ganha espaço no rádio, sem abandonar os internautas que acompanham a atração por meio do Facebook Live, por onde o programa continuará sendo exibido.

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O que é um Talk Show?

Do Wikipedia

Talk show é um gênero de programa televisivo ou radialístico, em que uma pessoa ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e moderados por um ou mais apresentadores.

Joe Franklin, o primeiro radialista e apresentador americano, a apresentar um talk show. Seu programa começou em 1951 na antiga "WABC-TV".

Normalmente os convidados são pessoas que têm experiência em relação ao assunto que está sendo tratado no programa. Outras vezes um único convidado responde às perguntas do apresentador e/ou da plateia.

Muitos apresentadores só se tornaram famosos por causa dos seus programas, mas também há o processo inverso, quando uma personalidade famosa decide ter seu próprio programa.

Habitualmente, um talk show é uma espécie de rubrica de informação, uma forma de "conversação conversada" em oposição à "conversação textual". Existe um público, na maioria das vezes, que observa tudo e tem direito de manifestação. São usadas técnicas de descontração e informalidade.

Um jornalista realiza entrevistas coletivas e públicas em torno de um tema ou convidado. Caracteriza o talk show o sistema de perguntas e respostas, com uma mediação. Neste modelo, tanto a imprensa quanto o público podem perguntar. Opõe-se a palestra, seminário, debate, congresso e outros. 

Exemplos de talk shows brasileiros são The Noite, no SBT, Programa do Jô, na Rede Globo, Roberto Justus +, na Rede Record, Luciana by Night, na Rede TV! e os finados Talk Show com Otávio Mesquita, na Rede Record e Agora é Tarde, na Rede Bandeirantes.

Esse formato de programas teve origem nos Estados Unidos, que tem muitos programas do gênero em sua grade televisiva, como The Phil Donahue Show, The Jerry Springer Show, The Oprah Winfrey Show e The Tonight Show with Jay Leno.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Como cantava Fellini: "Tudo foi sempre uma mera questão de dinheiro"

Foto: Reprodução / Internet
Os blogs anunciaram, os sites de notícias sentenciaram, os internautas reclamaram, os profissionais lamentaram, as agências de publicidade se calaram e os ouvintes se espantaram. Assim é o quadro nos dois maiores mercados de rádio do Brasil. Nas capitais localizadas nas duas extremidades da rodovia Presidente Dutra, o clima observado nos bastidores parece ser tenso, muito embora no ar - ao menos no lado de cá - o rádio continua se aprimorando e se adaptando aos novos tempos 4.0.


O ano da graça de 2017 amanheceu com o anúncio de grandes emissoras de rádio sendo tiradas do ar, sendo descontinuadas (como foi o caso recentemente da MPB FM) ou ainda reduzindo ainda mais os seus quadros de funcionários, à torto e à direito. Rádio Globo, MPB FM, Super Rádio Tupi, Rádio Estadão, Eldorado FM, CBN, Bradesco Esportes FM (e quem mais vier a participar desta "roleta russa do infortúnio") estão passando por uma crise cíclica, que atinge o mercado de quando em vez, tendo como "onda portadora" - para usar um jargão técnico do meio - a grave crise econômica no qual o país está mergulhado há pelo menos três longos anos. 

Nos próximos textos a serem publicados neste blog, com a devida permissão do caro leitor, tenho a intenção de analisar cada um dos aspectos que envolvem essa questão que é mais conjuntural do que estrutural, tomando por base cada um dos segmentos envolvidos. Quero mostrar que, a exemplo do que acontece em muitos setores da vida brasileira, é a economia que dá o tom dos acontecimentos. Afinal, como dizia o refrão de uma canção do Fellini, uma obscura banda paulistana de rock alternativo dos anos 1980, formada por jovens jornalistas da área cultural, "Tudo foi sempre uma mera questão de dinheiro" ("Rock Europeu", do LP "O Adeus de Fellini", de 1985, lançado pelo selo Baratos e Afins)

Profissionais de rádios mais experientes e ouvintes mais antigos reclamam nem fóruns da internet daquilo que eles consideram uma grande queda de qualidade da programação musical na faixa de FM. Alguns desses chegam a culpar a constante "modernização" do meio, que substituiu o locutor com "vozeirão" e tom descontraído - embora um tanto quanto ingênuo e bobinho, às vezes - por apresentadores que mal se distinguem uns dos outros, a não ser pela "gritaria" e uma certa falta de carisma que seus "antepassados" possuíam. Outros, mais inconformados ainda, atribuem essa "derrota" do rádio musical ao próprio veículo que não está sabendo se adaptar a estes tempos de redes sociais em que tudo está conectado a tudo. E alguns mais afoitos culpam simplesmente a falta de visão dos diretores e empresários de rádio, generalizando esta tese, o que é sempre muito perigoso.

Teria este grupo razão em suas queixas? Eu diria que em grande parte sim, embora os diagnósticos, creio eu, estejam, de certa maneira, equivocados. Em épocas de falta de grana, os anunciantes de todos os tamanhos tendem a investir apenas em plataformas que possuam grande audiência que seja facilmente comprovada. Não se enganem: a ordem é anunciar para atrair novos clientes e vender. Não há espaço para se fazer uma propaganda institucional somente para "marcar" presença da marca em determinado evento, projeto ou contexto histórico que seja.

Com isso, as emissoras comerciais abrem mão de uma programação mais "qualificada", que demanda mais produção de conteúdo, de acabamento e de, consequentemente, menor audiência, por algo mais "simplório" e pretensamente "popular", logo, de maior audiência. Deve-se levar em consideração que o rádio, assim como as gravadoras, perderam há muitos anos os papéis de principais produtores, geradores, divulgadores e distribuidores do mercado fonográfico. 

É bom salientar que a mídia radiofônica ainda é muito importante para mostrar os artistas novos ou consagrados. Trata-se de uma grande vitrine, seja para mostrar que os novatos tem algo de novo para exibir ao seu público, seja para que os veteranos tenham um contato direto com seus mais antigos e fiéis fãs e mostrar a estes que eles ainda "estão vivos, tocando e fazendo shows". O Rádio ainda é importante para mostrar os artistas, porém não o é mais para exibir o seu novo trabalho ou projeto. E isso fica mais complicado quando o músico é "das antigas". Quando vai a um raro programa de alguma emissora emissora musical, ou ainda ao ser é entrevistado em uma emissora jornalística, o pobre artista é praticamente intimado a gastar pelo menos metade do tempo que lhe é cedido a falar de antigos sucessos e êxitos na carreira, ao invés de divulgar a sua nova empreitada. 

A "culpa" são dos produtores, normalmente jovens profissionais que pouco conhecem a obra do entrevistado a fundo ou não tiveram a vivência da época em que este estava no auge e era o principal assunto da imprensa musical. Ainda que seja experiente, o radialista em questão, por mais paradoxal que seja, tende a entrar em ressonância com o sentimento de "saudade dos bons tempos" dos ouvintes, inclusive dos mais novos, que gostariam de ter vivido a tão falada época de esplendor. 

Esse ruído na comunicação decorre do fato de que, embora seja infinitamente maior, a produção musical já não tem a qualidade de outrora, pelo menos na ótica de grande parte da audiência e dos profissionais de comunicação. As emissoras de maior audiência irradiam uma programação musical que chamaríamos de "gosto duvidoso". Muito embora as letras procurem propositalmente refletir a vida das camadas populares, elas são pouco criativas, valendo-se muitas vezes de palavrões, expressões chulas, impropriedades gramaticais. Muitas vezes expressam um ideologia que visa difundir práticas diversas que não são aceitas socialmente. Da mesma forma, as melodias e os arranjos das gravações são de uma pobreza abissal. É claro que os artistas que a produzem, bem como os apreciadores deste tipo de produto musical hão de discordar do consenso geral. Entretanto esses critérios e conceituações são nítidamente objetivos, se essas canções atuais de apelo mais popular que tocam no Rádio forem comparadas com similares de outras épocas.  

Também há de se notar que concomitantemente as emissoras musicais de São Paulo vêm programando cada vez mais sucessos de décadas anteriores, sobretudo dos anos 1980. 

Além das emissoras que já se dedicam a este estilo radiofônico - Antena 1, Alpha, Nova Brasil, Kiss FM - emissoras concorrentes, provavelmente na ânsia de conseguir a atenção do público cativo das rivais, aumentaram o número de "flash backs" em sua grade. A 89 FM, especializada em "rock hits" do momento e em uma produção mais alternativa, cedeu aos encantos do chamado Classic Rock. A Jovem Pan - que atualmente divide sua tradicional "cortina musical" com o jornalismo da irmã Jovem Pan News - voltou a tocar sucessos de 15, 20 e até 30 anos atrás, que nem ela mesma tocava na época. Esse movimento todo acontece por um vácuo causado pela falta que o ouvinte sente de uma música realmente popular, feita para tocar no rádio, para ser cantarolada por todos a toda hora, enfim, para fazer parte da "trilha sonora de sua vida".

Mas a boa notícia é que, quando esta crise passar, o mercado do rádio deve melhorar. Vai demorar mais do que a gente espera, mas vai passar. Como muito bem ensina o experiente economista, colunista da Band FM e otimista de plantão Luiz Carlos Mendonça de Barros, essa gente mais nova talvez não lembre como era bagunçada nossa economia antes do Plano Real. Portanto, os mais veteranos tem de contar-lhes que antes de 1994 houve períodos de bonanza, mas também de recessão. E era muito pior porque hoje temos uma economia muito mais bem estruturada do que outrora. Também não tínhamos um sistema de fiscalização e investigação como temos nos dias atuais. Não fosse isso, talvez nem tivéssemos um processo democrático tão bem consolidado como agora. E o jornalismo no rádio não chegaria ao patamar de qualidade que chegou atualmente. Mas deixo para comentar este aspecto em uma próxima oportunidade. 

Marco Antonio Ribeiro

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Campus Party 2017 espera receber mais de 80 mil visitantes e 8 mil campuseiros

Foto: Divulgação
Teve início nesta segunda feira no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, a 10ª edição da Campus Party Brasil. O maior evento de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo ocorre até 5 de fevereiro promovendo debates sobre novas tecnologias, ciência e as mudanças que as próximas gerações enfrentarão. 

Além disso, em parceria com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a CPBR10 realizará este ano o The Big Hackathon, um desafio com 100 horas de duração que tem o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU, e também fomentar o empreendedorismo inovador Com seis dias de duração, o evento receberá cerca de 90 mil visitantes, sendo 8 mil participantes, que terão acesso a mais de 700 horas de conteúdo e atividades que acontecerão praticamente 24 horas por dia. Além disso, o público poderá usufruir de uma internet com velocidade de 40GBps.

A #CPBR10 ocupa os três pavilhões do Anhembi, ficando em uma área de 77,7 mil m² onde ficam instalados sete palcos – Entretenimento, Criatividade (Design e Mídias Sociais), Empreendedorismo, Inovação, Ciência e o Principal e outros dois palcos que contarão com as palestras sugeridas pelos "campuseiros" por meio da campanha "Vire um Curador".

“Um dos grandes objetivos dessa edição é nos aproximarmos dos campuseiros criando uma verdadeira comunidade. Para isso criamos duas campanhas na internet uma que os estimulava  a mandar vídeos para nós contando com a Campus Party mudou a vida deles e outra que era para eles justamente sugerirem palestras e conteúdos para essa décima edição. O resultado dessas duas campanhas foi surpreendente o que mostrou que estamos no caminho certo para fazer dessa uma edição inesquecível para todos”, conta Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party Brasil. Uma novidade dentro da Arena é a Academia Gamer, espaço destinado para que os acampados aprendam técnicas e dicas de jogos com atletas e profissionais. “Sabemos que os e-sports estão conquistando um público cada vez maior no Brasil e, por isso, não poderíamos deixar de separar um espaço exclusivo para eles”, explica Tonico.

Hackathons - Este ano a CPBR terá alguns desafios, entre eles o The Big Hackathon que ocorrerá em parceria com o PNUD com o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas para 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pelo Programa das Nações Unidas . Uma comissão organizadora, formada por especialistas em hackathon e um grupo de curadores, será responsável pela escolha dos candidatos que já se inscreveram e montagem dos times. Mentores e especialistas de faculdades e do Sebrae também farão parte da equipe da Campus para auxiliar os participantes.

Open Campus - A área aberta e gratuita da CPBR funcionará entre 1 e 4 de fevereiro, das 10h às 20h. No espaço os visitantes poderão interagir com 14 simuladores, acompanhar a famosa Batalha dos Robôs, assistir ao primeiro Campeonato Brasileiro de Drones para profissionais, além de conhecer protótipos de trabalhos acadêmicos e startups com ideias inovadoras.

Uma novidade da área é o Espaço Fazedores onde makers ensinarão diversas habilidades construtivas como solda e marcenaria, por exemplo. Todas as palestras também poderão ser acompanhadas no site Campuse.ro via streaming e após o final do evento, as mesmas ficarão hospedadas no mesmo site.